Confira abaixo:
O Dia do Professor, celebrado em 15 de outubro, é uma das datas mais simbólicas do calendário brasileiro. O que poucos sabem é que sua origem está ligada a Piracicaba, cidade natal de Salomão Becker, e à trajetória de Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no país.
A ideia nasceu na sala dos professores
Em 1947, no Ginásio Caetano de Campos, em São Paulo, o professor Salomão Becker (1922–2006) percebeu o cansaço dos colegas diante de um semestre sem pausas. Inspirado em uma tradição de sua cidade natal — onde alunos levavam doces e salgadinhos para confraternizar com os mestres —, ele sugeriu um dia de descanso e reflexão.

A data escolhida, 15 de outubro, homenageava a Lei Imperial de 1827, que criou o ensino público primário no Brasil. A ideia rapidamente se espalhou e virou lei paulista em 1948. Em 1963, foi oficializada em todo o país por decreto do presidente João Goulart.
A força de Antonieta de Barros
Enquanto Becker mobilizava professores em São Paulo, Antonieta de Barros (1901–1952) — professora, jornalista e deputada estadual em Santa Catarina — propunha uma lei estadual criando o Dia do Professor como feriado escolar.
Filha de uma ex-escravizada, Antonieta superou barreiras sociais, fundou cursos populares e escreveu sobre educação e igualdade no jornal A Semana. Sua trajetória transformou a data em símbolo de resistência e valorização do magistério. Em 2023, seu nome foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em Brasília.

Duas histórias, um mesmo propósito
Becker representava o olhar da sala de aula; Antonieta, a luta política por reconhecimento. Sem se conhecerem, uniram-se na história pelo mesmo ideal: valorizar quem ensina.
Quase 80 anos depois, o 15 de outubro segue lembrando que educar é um ato de amor, resistência e transformação social — um legado que começou em Piracicaba e ecoa em todo o Brasil.
Por Brayan Gonçalves