Resumo
- Helinho Zanatta alerta para o risco de 180 mil pessoas ficarem sem água devido a problemas na ETA Luiz de Queiroz.
- Piracicaba perde 57% da água tratada; prefeito eleito planeja investir em adutoras e combater vazamentos.
- Liminar exige solução para descarte de lodo em 15 dias, sob risco de racionamento na cidade.
Em entrevista coletiva, o prefeito eleito de Piracicaba, Helinho Zanatta, abordou a grave situação do abastecimento de água no município, destacando a necessidade urgente de um “choque de gestão” no Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE). A crise foi agravada por uma decisão judicial, emitida a pedido do Ministério Público, que exige adequações imediatas nas estações de tratamento Luiz de Queiroz (ETA 1 e 2), responsáveis por 30% do abastecimento da cidade.
Determinação judicial e impactos no abastecimento
Na última quinta-feira (19), o Ministério Público obteve uma liminar obrigando a SEMAE a interromper, em até 15 dias, o descarte inadequado de lodo oriundo do tratamento de água nas estações Luiz de Queiroz. Segundo Zanatta, o lodo, gerado no processo de decantação da água captada dos rios Piracicaba e Corumbataí, precisa ser tratado e descartado de forma ambientalmente correta, o que não é vinha sendo feito.
“Se a estação for paralisada, cerca de 180 mil pessoas ficarão sem água. É um problema técnico e ambiental de situações graves que requer planejamento e investimentos urgentes”, alertou o prefeito eleito.
Histórico de negligência e desafios técnicos
Zanatta revelou que, desde 2019, governos anteriores foram alertados sobre a situação do SEMAE, mas nenhuma solução foi rompida. Com uma liminar em vigor, o município tem apenas 15 dias para apresentar um plano de contingência ou iniciar o racionamento de água. Ele destacou que as obras necessárias para adequar as estações são complexas e demoraram até dois anos, exigindo equipamentos caros e recursos financeiros significativos.
“É impossível desligar a estação sem gerar um colapso. O lodo acumulado inviabiliza o funcionamento e, sem essa estação, o impacto no abastecimento será catastrófico”, afirmou Zanatta.

Perdas no sistema e proposta de reestruturação
Outro problema grave apontado é a perda de 57% da água tratada devido a vazamentos e infraestrutura obsoleta. Zanatta enfatizou será necessário encontrar soluções além do tratamento; é preciso investir em adutoras, tubulações e controle de perdas.
Além disso, o prefeito eleito apresentou a necessidade de revisar a Parceria Público-Privada (PPP) que gerencia o esgoto, argumentando que o modelo atual sobrecarrega o sistema de abastecimento. “Se não houver ajustes, o SEMAE continuará em colapso. Precisamos de um PPP que funciona a favor do sistema, não contra ele”, disse.
Questões ambientais e operacionais
Questionado sobre o aumento na captação de água do Rio Piracicaba em Americana, Zanatta minimizou o impacto dessa decisão, explicando que o problema não está na quantidade de água captada, mas na incapacidade de tratamento específico. Ele também destacou a necessidade de modernizar o sistema para evitar problemas futuros.
Compromisso com soluções
Zanatta se compromete a enfrentar os desafios com planejamento e investimentos, priorizando soluções que garantam o abastecimento e a sustentabilidade ambiental. “Precisamos de projetos, engenharia e recursos para recuperar nosso sistema de água. É um desafio enorme, mas indispensável para normalizar o abastecimento em Piracicaba”, concluiu.

O prefeito eleito reforçou que o problema exige esforços imediatos e diálogo com órgãos ambientais, técnicos da SEMAE e a sociedade para minimizar os impactos dessa crise no cotidiano da população e garantir a continuidade do abastecimento de água.