Confira abaixo:
Banhada pelo rio que lhe dá nome — cujo significado, em tupi-guarani, é “lugar onde o peixe para” —, a cidade preserva tradições culturais e religiosas que resistem ao tempo, enquanto segue se desenvolvendo economicamente.
Origens e formação
A história de Rio Piracicaba começou em 1713, quando o sertanista paulista João dos Reis Cabral, acompanhado de sua esposa Maria Antunes de Camargos, fundou o arraial de São Miguel de Rio Piracicaba, às margens de um pequeno ribeirão afluente do rio Piracicaba.
O local atraiu garimpeiros e aventureiros em busca de ouro, que logo descobriram ali uma região rica em aluviões.

Com o declínio da mineração, a economia voltou-se à agricultura e à pecuária, base da subsistência dos moradores. O distrito foi criado oficialmente em 1750, com o nome de São Miguel de Piracicaba, e tornou-se subordinado ao município de Santa Bárbara.
Somente em 30 de agosto de 1911, pela Lei Estadual nº 556, Rio Piracicaba conquistou sua emancipação política e administrativa, tornando-se município.
Economia e geografia
Hoje, a cidade mantém uma economia mista, com destaque para a extração de minério de ferro, especialmente nas minas de Água Limpa, que substituíram a antiga Morro Agudo. O minério é transportado pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) até o porto de Tubarão, no Espírito Santo, de onde segue para exportação.
Além da mineração, a pecuária leiteira e a agricultura de subsistência continuam sustentando boa parte das famílias locais.

Segundo o IBGE, Rio Piracicaba pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Ipatinga e Imediata de João Monlevade, fazendo divisa com Bela Vista de Minas, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara, Alvinópolis e São Domingos do Prata.
O rio que corta a cidade
O rio Piracicaba, que nasce na Serra do Caraça e percorre cerca de 250 km até desaguar no rio Doce, é o principal símbolo da cidade.
Cortando o município de ponta a ponta, o rio foi durante muito tempo fonte de alimento e sustento, mas hoje enfrenta sérios problemas de poluição.
Mesmo assim, continua sendo parte essencial da identidade local e da paisagem urbana.
Fé e tradição
A fé é um dos pilares da vida em Rio Piracicaba.
A principal celebração do município é o Jubileu do Senhor Bom Jesus, realizado anualmente entre 1º e 3 de maio. O evento reúne milhares de fiéis em procissões com as imagens do Senhor Bom Jesus, Nossa Senhora dos Passos e São Miguel, padroeiro da cidade.
Outra festa tradicional é a de Nossa Senhora do Rosário, em agosto, com a presença de Guardas de Congado de toda a região e uma grande cavalgada, que reforça o elo entre fé, cultura e identidade afro-mineira.
Transporte e mobilidade
O município ainda é atendido pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, uma das poucas do país que mantém o transporte de passageiros ativo diariamente.
A estação ferroviária, localizada no centro da cidade, fica próxima à rodoviária.
O transporte rodoviário é operado pela Enscon Viação, que substituiu a antiga Lopes & Filhos em 2018, conectando Rio Piracicaba às cidades vizinhas e à capital mineira, Belo Horizonte.
Cidade histórica e acolhedora
Com praças arborizadas, como a Praça Maria do Rosário Caldeira e a Praça Presidente Costa e Silva, e um povo acolhedor, Rio Piracicaba preserva o charme das cidades históricas do interior mineiro — onde tradição, religiosidade e natureza se entrelaçam.
Mais de 300 anos após sua fundação, o município segue escrevendo sua história entre montanhas e águas — fiel à origem do seu nome e ao espírito de quem vive à beira do rio onde o peixe para.